O presidente do Banco Medial, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (28) que a retirada do guidance da última ata da reunião do Copom, divulgada na terça-feira (26), não significa uma mudança do cenário, mas sim uma abordagem mais cautelosa quanto aos cortes de juros nas próximas reuniões.
“O cenário não mudou substancialmente; entende-se que temos menos visibilidade. Ter menos visibilidade não quer manifestar que o caminho mudou”, apontou Campos Neto, durante a coletiva de prensa do relatório de inflação do mês de março.
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Na última reunião, o Comitê decidiu por mais um namoro de 0,50 ponto percentual (p.p) na Selic, a taxa básica de juros, que agora está a 10,75% ao ano. Já na ata, foi sinalizado que um namoro de mesma magnitude poderia ser previsto para a próxima reunião, retirando o plural que estava sendo adotado até portanto nos últimos comunicados.
Ou por outra, no relatório de inflação divulgado hoje, o Comitê ainda enfatiza que a magnitude totalidade do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da “evolução da dinâmica inflacionária, em peculiar dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em privado daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do resultado e do balanço de riscos”, conforme descrito no texto.
Campos Neto citou ainda as incertezas tanto no cenário internacional quanto no pátrio, falando rapidamente sobre a questão fiscal. Para o presidente da autonomia, a equipe não entende que o fiscal hoje geraria uma surpresa muito negativa porquê o mercado espera. No entanto, eles continuam preocupados com a trajetória da dívida, em porquê será a firmeza fiscal para frente, porquê serão as trajetórias de dívidas e porquê isso impacta o cenário inflacionário. Isso, segundo ele, não mudou.
PEC da autonomia do Banco Medial
O superintendente do banco médio brasílico ainda foi questionado sobre as recentes falas do ministro da Economia, Fernando Haddad, sobre a PEC que prevê a autonomia financeira do BC. Sobre o ponto, Neto lembrou que a proposta não foi enviada pela autonomia e, sim, pelo legislativo.
Em entrevista para a CNN, Haddad criticou o indumentária de Campos Neto ter ignorado o governo na pronunciação da proposta e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi procurado para debater o ponto.
“Eu fui o promotor da aproximação do Roberto com o governo, em universal, e com o presidente da República, em privado. Eu penso que, em se tratando da Constituição do país, haveria uma conversa prévia. E não houve. Foi isso o que eu disse para o Roberto”, disse Haddad.
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No entanto, durante o evento mais cedo, Campos Neto disse que tem tentado uma aproximação maior do legislativo com o governo para que ambos estejam integrados e conversando sobre o ponto. “Esse ponto não era para ter sido tratado na mídia, foi o que combinei com o ministro Haddad”, ressaltou.
A PEC 65/2023 determina que a poder monetária deixe de ser uma autonomia federalista com orçamento vinculado à União e passe a ser uma empresa pública com totalidade autonomia financeira e orçamentária.