Sim, porquê imaginado, um Equatorial (EQTL3) leveu e será o acionista referência da Sabesp (SBSP3), com 15% de participação na estatal.
Já circularam notícias de que a empresa teria sido a única a formalizar uma proposta pelas ações da companhia paulista de saneamento.
Diferentemente de outros processos de venda de empresas públicas, a operação foi dividida em duas etapas, sendo a primeira para definir a referência do investidor.
A Equatorial pagou por ação R$ 67, correspondendo a R$ 6,8 bilhões.
Segundo a secretária estadual de Meio Envolvente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natalia Resende, o preço oferecido pela Equatorial fica dentro do preço mínimo estabelecido durante o processo de definição dos termos da oferta de ações.
Hoje, a empresa já opera por economia mista: o governo de São Paulo tem muro de 50% das ações. Com a oferta, o estado fica com muro de 18% e o investidor estratégico 15%. O restante será dividido entre minoritários. Outrossim, o estado também terá uma golden share, ou seja, o recta de vetar decisões.
A venda da Sabesp é vista porquê a ‘penosa de ovos de ouro’ do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitasé uma das suas principais promessas de campanha.
Os principais pontos da Sabesp
Por que privatizar?
O principal objetivo da privatização é melhorar a capacidade de investimentos da empresa. Segundo o governo de São Paulo, com a venda, a Sabesp teria caixa para antecipar metas de universalização previstas no marco do saneamento.
O estado de São Paulo defende ainda que a não realização da dessestatização traz possibilidade real de perda de relevância para a companhia. Seguindo a trajetória de resultados das licitações no setor desde 2019, a Sabesp perderá 50% dos contratos nos próximos 15 anos (2038).
Investimentos
Validado em dezembro do ano pretérito, o projecto de investimentos prevê R$ 47,4 bilhões entre 2024 e 2028, que contempla o projeto de recuperação do rio Tietê, chamado de Integra Tietê. Porém, a zero não inclui os efeitos do processo de privatização da companhia, que também prevê a ampliação da espaço de licença.
Até 2060, estão previstos R$ 260 milhões em investimentos, sendo R$ 68 milhões para a universalização do estado de São Paulo até 2029. Já os índices de qualidade medem as perdas de chuva na rede, a qualidade da chuva distribuída, vazamentos, de usuários.
Tarifas vão permanecer mais rosto?
No caso do reajuste, será realizado um padrão de ‘pós-pago’, ou seja, primeiro a Sabesp realiza os investimentos e, logo, será considerado no conta da tarifa. Hoje o padrão ‘pré-pago’, ou seja, primeiro são considerados no conta da tarifa, e só depois são realizados os ajustes.
A expectativa do governo, inclusive, é que haja redução de pelo menos 10% nas alíquotas sociais vulneráveis para as famílias cadastradas no Cadastro Único (CADÚnico) e que a renda familiar per capita fique entre R$ 218 e R$ 706 (salário mínimo).
Mais dividendos?
A Sabesp aprovou uma novidade política de distribuição de dividendos, que passará a vigorar a partir da liquidação da oferta pública de distribuição de ações que marcará a privatização da empresa paulista de saneamento.
De convenção com o documento, o pagamento de receitas para as ações ordinárias pode ser maior do que os 25% do lucro líquido ajustado conforme previsto atualmente.
Com Reuters