O calendário econômico de 1 a 5 de julho marca a viradela de semestre e a calibragem das expectativas para a segunda metade de 2024. A principal delas certamente é se o Fed (Federalista Reserve) vai iniciar o ciclo de cortes dos juros nos Estados Unidos.
Até cá, diante do prolongamento do aperto monetário americano, a bolsa de valores brasileira patina. Enquanto o dólar é negociado nas máximas em mais de dois anos.
Para efeito de confrontação, o Ibovespa começou o ano supra de 132 milénio pontos e chegou a permanecer aquém de 120 milénio durante cinco pregões seguidos ao longo de junho. Já a moeda americana saltou de R$ 4,85 para a fita de R$ 5,50.
Ou por outra, esse cenário de incertezas pesou para o Banco Médio interromper o ciclo de cortes da Selic. Hoje em 10,50%, as apostas lá detrás eram de que a taxa básica de juros pudesse estar em um dígito nesta fundura do ano.
Queda dos juros nos EUA
Portanto, o mercado financeiro seguirá prudente ao que pode ocorrer nos próximos meses sobretudo nos Estados Unidos. Se o Fed entender que a inflação está domada e que chegou a hora de derrubar os juros, os ativos brasileiros podem aproveitar a vaga positiva.
Por isso, tendo uma vez que base o Boletim Focus, a estimativa é de que o dólar feche o ano aquém de R$ 5,20. Já no cenário para a bolsa brasileira, mesmo com as revisões do mercado, a previsão é que o Ibovespa ao menos recupere o patamar do início do ano.
Atualmente, setembro é a projeção mais otimista de quando o BC americano pode encetar a relaxar a taxa. Evidente, tudo vai depender da evolução dos dados inflacionários, de atividade econômica e do mercado de trabalho.
Aliás, se o Fed realmente trinchar os juros em setembro e sinalizar novas quedas, pode até proporcionar a retomada do ciclo de reduções da Selic por cá. Mas atenção: pelo consenso, os ventos vão precisar soprar muito em prol.
O que vem pela frente
Logo, a viradela de semestre no calendário econômico já começa com tudo.
Tem o feriado de Independece Day, na quinta-feira (4), nos Estados Unidos. Porém, na véspera, há a divulgação da ata da última decisão de juros. E no dia seguinte, sai o payroll com dados de junho do mercado de trabalho americano.
O documento tende a trazer mais elementos da discussão de política monetária americana. Em suma, o mercado procura pistas dos fatores que podem solevar a crédito do Fed de que a inflação está convergindo à meta de 2%. Ao mesmo tempo, o payroll sinaliza se os números do ocupação têm potencial de pressionar ou desapoquentar a inflação.
Por último, cá no Brasil, além do tradicional Boletim Focus, a agenda de indicadores tem os dados de maio da produção industrial.
Simultaneamente, participações em eventos e entrevistas do presidente Lula, do ministro Fernando Haddad (Rancho) e de Roberto Campos Neto (presidente do Banco Médio) podem mexer com os negócios.
Calendário econômico – 1 a 5 de julho
Segunda (1)
08h25: Boletim Focus (Banco Médio)
Terça (2)
Sem indicadores relevantes
Quarta (3)
Véspera de feriado nos EUA: bolsas de Novidade York fecham mais cedo (13h)
09h00: Produção industrial de maio (IBGE)
15h00: Ata da última decisão de juros nos EUA (Fed)
Quinta (4)
Feriado nos EUA: Dia da Independência
Sexta (5)
09h30: Payroll/Taxa de desemprego de junho nos EUA
14h30: Estatísticas do Valores a Receber (Banco Médio)