O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Transacção e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), disse nesta quarta-feira (24) que o projecto anunciado pelo governo para a indústria “não tem zero a ver” com a questionamento fiscal do país e assegurou que não haverá novos transportes no Banco Pátrio de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para colocá-lo na prática. “O governo não vai fazer aporte no BNDES, não vai colocar recurso a mais”.
Alckmin disse, inclusive, que “segmento do moeda para financiar o projeto de incentivo à indústria será captado no mercado” e que o governo também não vai transfixar mão de impostos para promover a “Novidade Indústria Brasil”. “Não tem nenhum moeda do governo. Na veras, não tem impacto fiscal”, disse o vice-presidente, em entrevista ao UOL.
“Não tem zero a ver com esse fiscal. O governo não vai fazer nenhum transporte de moeda para o BNDES, não vai recorrer a mais no BNDES. Não há zero”, afirmou o vice-presidente. “Não tem moeda fiscal, o que tem previsto no Orçamento.” O BNDES não vai pedir moeda para o Tesouro, não vai. Não tem crédito do ponto de vista fiscal, e o BNDES não vai comprar ações de empresas. O que você tem é pedestal à inovação, senão a indústria morre”.
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O político aponta um preconceito em relação ao banco de fomento. “Eu exerço que há um manifesto preconceito com o BNDES. O BNDES lá detrás financiou, porque você tinha TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, que não é mais usada porquê referência nos contratos do banco), portanto você financiou alguns setores. Vamos. Não existe mais isso”, disse. “No programa industrial, o BNDES quer participar de fundo na espaço de minerais críticos em áreas estratégicas. O valor é mínimo”.
Capitaneada por Alckmin, uma novidade política industrial do governo oferecerá financiamento de R$ 300 bilhões até 2026, para impulsionar o desenvolvimento do parque fabril pátrio. Mas fontes dizem que o projecto desagradou Lula, e ele também foi recebido pelo mercado financeiro, devido aos temores com o impacto fiscal da proposta. Alckmin atribui essas reações à “desinformação”.
O vice-presidente também defendeu um equipamento de teor pátrio previsto no projecto, ao discutir que Estados Unidos, Europa e China também adotam essa medida, e disse que a medida é necessária para proteger o ofício lugar. “Se você não exige teor (pátrio) é muito fácil, eu só monto cá as coisas.” Eu produzo lá fora e trago cá”.
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“Estamos cansados de fazer dumping, porque o rostro subsidia lá fora para vender cá dentro”, afirmou o político. “Portanto é originário que você exija (teor pátrio). Nós não queremos só montar no Brasil, queremos que fabrique cá, que a peça seja produzida cá, que você avance no ponto de vista tecnológico”. Ele acrescentou, no entanto, que levante ponto do projeto ainda será discutido e regulamentado e que a exigência de teor pátrio será feita de forma crisiosa e transparente.
Eleições em 2026
Questionado sobre a eleição de 2026, Alckmin afirmou que Lula é “um candidato originário”. “O candidato originário é o presidente Lula. Onde houver reeleição, o candidato originário é o titular. Fui três vezes reeleito governador de São Paulo, é originário que o titular seja o candidato”.
O político paulista, no entanto, evitou expor se pretende repetir a “dobradinha” de 2022 com Lula, que está com 78 anos. Para isso, recorreu à sua famosa vertente de contador de histórias. “Em Pindamonhangaba tinha um cinema, Cine São José e Cine Brasil. No domingo a gente ia no filme e tinha um seriado. Portanto estava no seriado e aí a mocinha do filme caiu no precipício. Aí fechava a rendição e dizia: ‘volte domingo que vem’”.
Eleições em 2024
Alckmin falou também sobre eleições municipais em São Paulo. Filiado ao PSB, o ex-tucano apoia a pré-candidatura da deputada federalista Tábata Amaral (PSB-SP), enquanto Lula e o PT apoirão o deputado federalista Guilherme Boulos (PSOL-SP), indicando incluir uma candidatura a vice na placa: Marta Suplicy, que voltará ao partido. O presidente participou da costura para traçar a ex-prefeita de volta e disse, em entrevista a uma rádio de Salvador, que o pleito na capital paulista será “uma confrontação direta entre o ex-presidente e o atual presidente”.
Sem falar de Jair Bolsonaro (PL), Lula tenta polarizar e naturalizar a eleição para a prefeitura de São Paulo, que deveria ser afunilar entre Boulos, segundo posto na disputa de 2020, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que Assumida depois sua morte de Bruno Covas (PSDB) é apoiada pelo governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Questionado sobre a enunciação de Lula, Alckmin afirmou que os temas locais são mais relevantes numa disputa municipal que eventualmente apoia figuras nacionais.
“Eleição municipal é lugar. Simples que os apoios, ter o aval, ter o pedestal de alguém, uma recomendação, ajuda. Mas não é o fator decisivo”.
(Com Estadão Teor e Reuters)
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