O mercado financeiro global chacoalhou com a possibilidade de compra da mineradora inglesa Anglo American (AAL) pela australiana BHP Group (BHP). A operação, caso se confirme, será uma das principais aquisições do mundo até o momento. E pode trazer novos riscos para a Vale (VALE3). Apesar de não ‘fazer preço’ nas ações da companhia no limitado prazo, o M&A estrangeiro pode motivar pelo menos dois impactos na operação da brasileira, enxergam os analistas ouvidos pela Lucidez Financeira.
O primeiro deles é no campo de especialidade da Vale: a mineração de ferro. Analistas do mercado financeiro veem a obtenção da Anglo American uma vez que uma tentativa da BHP de produzir minério mais puro por meio das operações inglesas no multíplice Minas-Rio.
O outro risco envolve uma transição energética, corrida na qual a Vale (VALE3) pode permanecer para trás.
Compra da Anglo American e o cobre da Vale (VALE3)
O negócio da BHP para tentar comprar a Anglo American não funcionou. Por enquanto. Uma oferta de US$ 39 bilhões da mineradora inglesa em uma troca de ações foi rejeitada em decisão unânime pelo recomendação de gestão, de negócio com expedido da empresa emífito nesta sexta-feira (26).
No limitado prazo, analistas não veem impacto negativo nas ações da Vale (VALE3) – o estrago no papel nesta quinta-feira (26), por exemplo, foi feito pelo resultado ruim na ótica dos investidores. Diante da pergunta sobre o impacto da obtenção nos papéis da empresa brasileira, Vitor Mafra, da Doxos Capital, disse: “Não”.
No entanto, os analistas destacam que esta pode ser a primeira lanço de um longo processo de vai e vem entre BHP e Anglo American.
Para a Vale (VALE3), um dos principais riscos enlencados por especialistas é que, com uma obtenção, a BHP aumentaria a capacidade de produção de cobre em 900 milhões de toneladas ao ano. O número equivale à operação da Anglo American para o minério.
O cobre, por sua vez, é considerado um dos principais minerais de transição energética do mundo. Mais do que isso: os chineses estão de olho no material. É o que destaca João Ascioli, crítico e mercante especializada em commodities.
“O cobre é uma commodity metálica que, assim uma vez que demandada pelos veículos elétricos e de transição energética, é supernecessária”, diz Ascioli. “O próprio fluxo do mercado chinês mostra beta maior para cobre”, destaca. Isso significa que hoje há espaço maior para a valorização do cobre do que de outros metais.
Desta forma, o técnico vê uma verosímil obtenção uma vez que “ameaço competitiva” para a Vale (VALE3).
“A BHP pode ter poder de barganha maior para cobre com uma obtenção. Isso porque ela deve aparar a obtenção para controlar os preços do minério, refletindo o lucro de graduação e custos adicionais na lei de oferta e demanda”, completou.
Vitor Mafra, gestor da Doxos Capital, também restalga que a BHP, caso compre a rival inglesa, assumiu o legado na produção de cobre no mercado.
“O foco do negócio está em metais básicos”.
O segundo risco que o mercado enxerga para a Vale
Existe um segundo risco na opinião dos analistas.
Sim, dessa vez, é um que atinge a operação da Vale em pleno no longo prazo: a pureza do minério de ferro da BHP pode aumentar caso a operação se concretize.
Isso porque a mineradora australiana seria uma novidade proprietária de 85% do multíplice Minas-Rio. Em fevereiro, a Vale abocanhou os outros 15%, numa transação de caixa de US$ 157 milhões.
Minas-Rio produziu 24 milhões de toneladas de ferro em 2023, segundo números da Vale.
Na visão de Regis Chinchila, crítico da Terreno Investimentos, a BHP “haveria alguns ativos com qualidade mineral (ferro) um pouco melhor” que a Vale, caso a Anglo American os comprasse efetivamente.
De negócio com Chinchila, pode ter um impacto em “novos projetos e finanças internacionais” para a Vale.
“Isso poderia ser um entrave, além do poder de barganha nos preços e novos negócios”, pontuou.
“A BHP ganaria uma manadeira de minério nota subida para concorrer com a Vale porque a brasileira tem uma vez que estratégia de ser uma mineradora premium”, diz Frederico Superior, cabeça de investimentos de Warren.
A principal preocupação, todavia, é o mercado de cobre. O presidente da Vale (VALE3), Eduardo Bartolomeo, rejeitou as mudanças no negócio da Anglo American com o Minas-Rio no caso da BHP ser uma rival.