Início » Apesar da queda mensal da indústria, economistas veem sinais de recuperação

Apesar da queda mensal da indústria, economistas veem sinais de recuperação

por João P. Silva
Apesar da queda mensal da indústria, economistas veem sinais de recuperação

Embora o indicador referto da produção industrial de janeiro tenha mostrado uma queda mensal de 1,6%, interrompendo uma sequência de cinco meses sem dados negativos, os economistas avaliam que já era esperada uma retração no início do ano. Eles chamam a atenção para sinais de retomada que aparecem nos dados desagregados, uma vez que o comportamento da indústria continuou desigual entre os setores.

João Savignon, encarregado de pesquisa macroeconômica da Kínitro, diz que essa heterogeneidade da indústria segue relevante, com alguns setores mostrando possante propagação e outros apresentando quedas relevantes.

“Quando comparamos com o período pré-pandemia, isso fica evidente. A indústria porquê um todo está agora 0,8% aquém desse nível, mas temos as indústrias extrativas operando 5,8% supra e a de transformação 2,0% aquém”, compara.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma lição gratuita

Para o ano, a Kínitro espera resultado melhores, compatíveis com uma aceleração do propagação da indústria em relação ao ano anterior. “A manutenção dos cortes de juros, a taxa de câmbio bem-comportada e as políticas de incitamento à infraestrutura são elementos que colaboram para essa perspectiva, a partir do atraso das condições financeiras e creditícias no país ao longo do ano”, afirma Savignon.

Bens de capital

Rodolfo Margato, economista da XP, também vê sinais encorajadores em alguns segmentos, uma vez que os dados de janeiro mostraram uma dinâmica um pouco melhor da indústria de transformação porquê um todo.

“A queda do índice referto decorreu em grande segmento da contração da indústria extrativa. Vemos isso porquê um ponto e não porquê uma reversão de tendência e o cenário ainda é bastante favorável para as indústrias extrativas em 2024”, detalha, destacando tanto a extração de petróleo bruto, que vem ganhando participação na balança mercantil e no PIB, porquê de minérios.

Continua depois da publicidade

Já outras classes mostraram sinais de recuperação, ainda que incipientes, diz Margato. Ele cita porquê exemplo a categoria de bens de capital (máquinas e equipamentos). “Observamos a primeira subida nessa métrica depois de nove meses consecutivos de contração. Ainda é cedo para falar sobre o ritmo de retomada dessa categoria de bens de capital, mas é uma sinal encorajador”, reforça.

A XP projeta uma recuperação paulatina de bens de investimento no PIB ao longo do ano, com a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) crescendo 1,2% em 2024, depois o trambolhão de 3% em 2023.

Já Claudia Mulato, economista do C6 Bank, observa que o resultado mensal da produção industrial superou a projeção, mas não muda a visão de que o setor seguirá em ritmo fraco no restante do ano.

Ela também destaca a subida de 5,2% do segmento de bens de capital, mas pondera que o setor ainda se encontra em patamar muito aquém de 2022. “Esse resultado do mês reflete mais a volatilidade do índice do que uma tendência para o restante do ano”, avalia

Para ela, ainda que a queda dos juros traga qualquer refrigério para a atividade econômica ao longo do ano, isso não será suficiente para fazer a indústria voltar a crescer. “Por isso, o setor não deve contribuir positivamente para o resultado do PIB de 2024. O que deve impulsionar o propagação do PIB desse ano é o aumento das despesas do governo e das exportações”, afirma, Claudia, que projeta uma subida de 2,2% para o PIB em 2024.

Igor Cadilhac, do PicPay, é outro economista a ressaltar a discrepância entre os dados setoriais. Ele lembra que os principais impulsionadores da queda no mês foram a indústria extrativa (-6,4%) e os produtos alimentícios (-5%). Isso apesar do progressão da extração de petróleo e minério de ferro, além de uma maior demanda devido ao aumento da volume salarial e da inflação controlada no setor nutritivo.

“Em resumo, esse resultado foi pontual e não indica a tendência para o ano, que segue com uma visão relativamente positiva. Devemos seguir observando crescimentos nas variações ano contra ano”, sugere..

Olhando adiante, Cadilhac cita entre as preocupações que colocam um viés de baixa para a indústria, a economia global tem menor propagação, os juros altos e eminente comprometimento de renda das famílias. “São ruins para consumo de bens de maior valor associado e dependentes de crédito”, explica.

Do outro lado, o governo tem promovido políticas de estímulos à atividade econômica, que podem incentivar a indústria. “Projetamos uma variação de 1,2% para a produção industrial brasileira neste ano.”



Fonte

Related Posts

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitar Saiba Mais

Política de Privacidade e Cookies