O presidente do Banco Médio, Roberto Campos Neto, alertou que a tensão no Mar Vermelho, causada pelos ataques do grupo rebelde do Iêmen Houthi, está atrapalhando o transporte marítimo na região e isso pode refletir no movimento de desinflação global.
Em palestra promovida à Frente da Economia Virente, nesta quarta-feira (21), Campos Neto destacou que nascente é um fator de risco que pode impactar o processo de atraso monetário.
“Se de traje o processo de desinflação for interrompido, a gente vai ter que viver com juros mais altos”, afirmou.
O presidente do BC aproveitou para lembrar que a inflação cá no Brasil ainda não está resolvida. Segundo ele, o país possui uma inflação de serviços ainda em um patamar “um pouco supra” do ideal e que ainda não é provável identificar porquê será o ritmo da “última milha” do indicador no caminho da convergência para a meta de inflação.
Ele também descartou a teoria de que os juros reais estejam subindo.
Em relação ao fiscal, Campos Neto destaca que o processo de trajetória de dívida que tende a se estabilizar ou a subir numa velocidade menor em seguida a instituição do busto fiscal.
Por outro lado, ele deu um puxão de ouvido no governo ao lembrar que o Brasil tem uma dificuldade histórica em ajustar a secção de gastos, cobrando um controle maior do lado fiscal.
“A questão é: em qualquer momento a gente vai precisar falar de porquê fazer a convergência da dívida. Eu acho que esse é um tema que tem submetido o debate, e está muito associado a um nível de juros de estabilidade com que você consiga trabalhar, não só no Brasil porquê em outros países”, afirmou.
Confira a apresentação de Campos Neto
*Com informações da Reuters