Com dólar em subida, Campos Neto descarta que Mediação do BC busque sofrear câmbio

O presidente do Banco Mediano, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira que a mediação cambial feita pela domínio monetária nesta semana “não teve zero a ver” com o movimento do câmbio, que é flutuante.

Em evento promovido pelo Bradesco BBI, Campos Neto afirmou que a operação foi motivada por um vencimento de títulos públicos atrelados ao câmbio, e que isso foi expressamente pontuado na notícia do BC, mas segmento dos agentes não teria entendido.

A domínio monetária fez na terça-feira um leilão de swap cambial inacreditável, a primeira mediação sob o governo Lula. Alguns analistas minimizaram a atuação do BC, enquanto outros duvidaram da intenção manifestada pela autonomia de unicamente suprir uma demanda pontual gerada pelo resgate de um título atrelado ao câmbio, já que a operação veio depois de um salto recente do dólar.

“A nossa mediação não teve zero a ver com o movimento do câmbio, a gente sempre diz que o câmbio é flutuante, é importante ser flutuante porque funciona porquê um elemento que absorve choques e redistribui os recursos de forma mais eficiente, mas a gente tinha uma NTN-A que ia vencer que achávamos que era grande e poderia ter alguma disfunção no dia”, afirmou.

Campos Neto disse que o BC unicamente faz mediação no câmbio quando detecta disfuncionalidades no mercado e acrescentou que o Brasil está com fluxo poderoso de recursos e possui reservas e que, por isso, “câmbio não deveria ser um problema”.

“Quando a gente olha ‘year-to-date’ (no amontoado do ano), o real está relativamente ok comparado com as moedas do mundo emergente”, acrescentou.

Independente de buscar ou não sofrear a valorização do dólar, nesta quarta-feira a moeda tem novidade sessão de subida, de R$ 0,43%, cotada a R$ 5,080 na compra e na venda.

Enquanto isso, no amontoado do ano, o dólar acumula subida de 4,27% frente ao real, segundo dados do fechamento de terça-feira.