Os juros futuros caíram no conjunto sexta-feira, mais uma vez colados ao movimento das taxas americanas. A queda inesperada do índice de preços do produtor nos Estados Unidos, o PPI, em dezembro, reforçou as postagens do mercado em um galanteio de juros no país já em março. Com isso, as taxas futuras caíram, lá e cá.
“Ontem, tivemos uma inflação ao consumidor dos EUA CPI pior do que o esperado e um IPCA pior do que o esperado, mas hoje o mercado usou esse PPI melhor do que o esperado uma vez que rationo para continuar imprimindo essa posição, que já queria botar , na curva de juros”, afirma o gestor de multimercados e renda fixa da Mag Investimentos, Ricardo Jorge.
O contrato de repositório interfinanceiro (DI) mais negociado na sessão, para janeiro de 2025, fechado com taxa de 10,070% – cinco pontos-base inferior dos 10,121% do ajuste anterior. Ainda na verificação com os reajustes, as alíquotas dos DIs caíram em janeiro de 2026 (9.749% para 9.670%), 2027 (9.875% para 9.780%) e 2029 (10.241% para 10.170%).
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Todas as taxas ficaram em torno dos reajustes da sexta-feira, 5, praticamente cancelando os movimentos da semana. Mas os juros longos tudem uma queda mais pronunciada, o que levou a uma perda de motivação da curva. O spread entre os contratos de janeiro de 2025 e janeiro de 2029 foi de 10 pontos base, diante de 13 pontos uma semana detrás.
Os juros futuros do Brasil e dos Estados Unidos guerraram a subir durante a manhã, mas rapidamente viraram para o negativo em seguida a divulgação do PPI. O índice caiu 0,1% em dezembro, frente a novembro, enquanto o consenso do mercado apontava subida de 0,2%.
Esse sinal de inflação mais baixa não deflagrou a queda das taxas americanas – com a T-Note de dez anos encerrando o dia mais uma vez inferior de 4% – uma vez que fortaleceu a expectativa de que o Federalista Reserve (Fed), o banco médio americano , começa a reduzir os juros já em março.
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Segundo Jorge, da Mag, os DIs continuam atrelados às taxas americanas, mas a queda das taxas cá tem ignorado riscos na meio da política monetária. Um deles, ele explica, é que os diretores do próprio Fed têm dadas declarações contra a possibilidade de um galanteio de juros em março. Mas fatores internos também pesam.
“Nós ainda não sabemos os efeitos de que o El Niño pode promover na inflação, temos as questões fiscais na mesa e incertas sobre a meio da política monetária nos EUA”, diz Jorge. “O mercado está indo numa vertente de precificar mais cortes da Selic sem que haja sinais de que isso é provável.”