O Ibovespa registrou ligeiro subida hoje, ainda impulsionado por empresas defensivas e exportadoras, em meio a movimento de possante desvalorização do real diante de o dólar e de progressão das taxas de juros.
Analistas indicam que a volta do investidor estrangeiro à bolsa brasileira nos últimos dias pode estar sustentando o mercado no limitado prazo, a despeito de ruídos políticos domésticos.
Ibovespa hoje
No término do dia, o índice subiu 0,06%, aos 124.787 pontos. Nas mínimas intradiárias, tocou os 124.310 pontos, e, nas máximas, os 125.491 pontos.
O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 15,21 bilhões no Ibovespa e R$ 19,79 bilhões na B3.
Mesmo diante de cenário de aversão a riscos nos mercados locais, com ruídos políticos provocando altas sequenciais do dólar e dos juros, o Ibovespa tem mantido alguma resiliência, dinâmica que se repetiu hoje.
Em destaque, empresas exportadoras e de setores considerados defensivos: PetroReconcavo ON subiu 5,49%, BRF ON teve subida de 2,56% e Itau PN subiu 1,30%.
“Desde a última decisão do Copom, que trouxe sinalização de que o Comitê está desempenado, o investidor estrangeiro voltou a aportar na B3, e isso tem ajudado. Demais, porquê o real não para de se desvalorizar, a bolsa tem ficado cada vez mais barata em dólar. Uma vez que está atrativo, o não residente vai comprando um pouco. Não fosse por eles, o nível de preços seria outro. A elaboração do índice, com possante participação de commodities, também ajuda”, afirma Lucas Tambellini, sócio da Sumauma Capital.
Entre 14 e 28 de junho, os estrangeiros aportaram R$ 3,08 bilhões no mercado secundário à vista da B3. Não obstante, por conta do início de mês mais possante de vendas, o saldo em junho ainda foi negativo em R$ 4,23 bilhões. No ano, o déficit é de R$ 40,12 bilhões.
Com isso, o grupo retirou recursos da bolsa em cada um dos seis primeiros meses do ano, um pouco que não ocorria desde 2020, quando sacou por oito meses consecutivos: entre outubro de 2019 e maio do ano seguinte.
Tambellini opina que, apesar dos ganhos recentes, a recuperação da bolsa ainda parece frágil. “Se os ruídos internos continuarem e tivermos piora do cenário extrínseco, podemos voltar a tolerar. A verdade é que não subimos de 120 milénio pontos para 125 milénio pontos por bons motivos. Ainda temos muitas ações domésticas de qualidade que acumulam quedas relevantes no ano, mas a carteira tem que ser mais equilibrada com commodities e bancos no momento.”
Dólar hoje
O dólar mercantil encerrou o pregão desta terça-feira em subida modesta nesta terça-feira, em seguida se distanciar da máxima do dia de R$ 5,70, em seguida um consolação que também beneficiou os juros futuros.
O estresse das primeiras horas da sessão se deu em seguida novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acerca da menoscabo do real e críticas ao presidente do Banco Meão, Roberto Campos Neto.
O dólar à vista encerrou a sessão em subida de 0,22%, a R$ 5,6652, em seguida tocar mínima de R$ 5,6309 e máxima de R$ 5,7007.
Já o euro mercantil subiu 0,28%, a R$ 6,0875. Mesmo com o consolação na última hora de sessão, o real teve um dos piores desempenhos do dia diante de o dólar em relação ao ranking de 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor.
Por volta de 17h05 (de Brasília), o dólar avançava 1,30%, a 18,596 rands sul-africanos; cedia 0,03%, a 946,14 pesos chilenos; e caía 0,37%, a 4.116,82 pesos colombianos.
Já perto do término das negociações, circulou no mercado o rumor de que o Banco Meão teria consultado as tesourarias de grandes bancos para entender o estresse do mercado de câmbio.
É praxe a consulta do BC às mesas de operações em dias de oscilação significativa da taxa de câmbio. O Valor consultou as mesas de operação de diversas instituições financeiras para confirmar se houve qualquer contato inédito nesta terça-feira, mas todas negaram.
Bolsas de Novidade York
As bolsas de Novidade York fecharam em subida hoje – com S&P 500 e Nasdaq registrando novos recordes de subida – com os investidores considerando os comentários feitos pelo presidente do Federalista Reserve (Fed), Jerome Powell no Fórum de Sintra mais moderados, indicando que o banco meão fez um grande progresso no caminho da desinflação e que a meta de inflação de 2% vai ser atingida no mais tardar em 2026.
Do lado do mercado de trabalho, o relatório “Job Openings and Labour Turnover Survey”, o Jolts, indica que novas vagas estão gradualmente sendo reduzidas aos níveis pré-pandêmicos, embora os dados de maio mostrem um ligeiro aumento.
Divulgado hoje, o relatório Jolts mostrou um desenvolvimento das vagas em crédulo em maio para 8,140 milhões, de 7,919 milhões ajustadas no mês anterior. Tanto o número de contratações porquê o de demissões cresceram, com as contratações indo de 5,6 milhões em abril para 5,8 milhões em maio. Já as demissões foram de 5,3 milhões para 5,4 milhões.
“As vagas de serviço e as contratações aumentaram modestamente em maio e, embora as demissões tenham aumentado ligeiramente, permanecem baixas”, afirmou Nancy Vanden Houten, economista-chefe dos EUA da Oxford Economics.
Segundo ela, o mercado de trabalho é suficientemente saudável para permitir que o Fed seja paciente antes de decrescer as taxas de lucro, embora os recentes dados favoráveis sobre a inflação dêem ao banco meão mais liberdade para responder a quaisquer sinais surpreendentes de fraqueza no mercado de trabalho. “Continuamos esperando que o primeiro golpe ocorra em setembro”, afirma.
No fechamento, o índice Dow Jones subia 0,41% a 39.331,85 pontos, S&P 500 avançou 0,62% a 5.509,01 pontos e o Nasdaq ganhou 0,84% a 18.028,76 pontos.
No front corporativo, as ações das empresas de consumo discricionário lideraram os ganhos depois que a Tesla divulgou entregas maiores do que o esperado no segundo trimestre, embora 4,7% inferiores ao resultado do ano anterior. As ações subiram 10,20%. As demais empresas do grupo das sete magníficas também registraram ganhos, com exceção da Nvidia, que amargou perdas de 1,31%.
Bolsas da Europa
A maioria dos principais índices acionários europeus encerraram o dia no vermelho, em seguida os dados do índice de preços do consumidor (CPI) oferecerem uma leitura mista sobre o estado da inflação na zona do euro.
O índice Stoxx 600 caiu 0,44%, a 510,79 pontos. O setor de ações ligadas a seguros foi o que mais caiu, perdendo 1,6%. O Dax de Frankfurt recuou 0,69% a 18.164,06 pontos; e o Cac 40, de Paris, caiu 0,30%, para 7.538,29 pontos. O FTSE, da bolsa de Londres, teve queda de 0,56%, para 8.121,20 pontos.
O CPI ficou em 2,5% em junho diante de 2,6% do mês anterior na zona do euro. O número ficou dentro do esperado pelo consenso de economistas consultados pelo The Wall Street Journal. Todavia, o núcleo do CPI – que exclui itens mais voláteis porquê víveres, robustez e tabaco – permaneceu proeminente em 2,9% em relação a junho do ano anterior, levemente supra dos 2,8% esperado pelos economistas e inalterado em relação ao mês anterior.
Ainda no front macroeconômico, hoje também foi publicada a taxa de desemprego da zona do euro, que ficou em 6,4% em maio, sólido em relação a abril. O resultado veio dentro do consenso de economistas.
Os agentes também acompanharam o oração de Christine Lagarde, presidente do Banco Meão Europeu (BCE), e Jerome Powell, presidente do Federalista Reserve (Fed), no Fórum de Sintra. Ambos pontuaram que a inflação de serviços ainda tem sido um travanca para levar a inflação enxurrada para a meta de 2% de forma sustentável.
Com informações do Valor Econômico
