De combinação com itatiaia, a histórica cidade de Serro, com pouco mais de 20 milénio habitantes e localizada a mais de 200 km de Belo Horizonte, vive uma grande expectativa com a verosímil geração de vagas de empregos graças à instalação da mineradora Herculano. Uma audiência pública está marcada para o dia 11 de junho, onde detalhes sobre o impacto da mineração na região serão discutidos.
O prefeito Nondas Miranda (PL) destaca que a mineradora Herculano pode ser a chave para o desenvolvimento de Serro. Ele acredita que a geração de até 1.500 empregos diretos e indiretos será um grande impulso para a economia sítio. “Essa é a opção que temos para promover o desenvolvimento na nossa região. A cidade não se desenvolve sozinha. A geração de ofício e renda pode impactar todos os setores do município, desde hotéis e postos de gasolina até lojas de confecções e móveis”, enfatiza o prefeito.
Márcio Cândido Alves (PDT), presidente da Câmara, reforça essa visão, garantindo que a empresa também aumentará as receitas do município. “Serro arrecadará valores obrigatórios que serão destinados ao turismo, reformas de casarões históricos, igrejas e praças”, afirma Alves, evidenciando os benefícios econômicos que a mineração pode trazer.
Controvérsias e impacto ambiental
Entretanto, nem todos estão otimistas. A Federação das Comunidades Quilombolas N’golo, que representa 245 famílias na região, expressa preocupações sobre os possíveis impactos ambientais. O jurisperito da federação, Mateus de Mendonça, se opõe à audiência pública marcada para junho, argumentando que ela deveria ocorrer somente posteriormente a apresentação de todos os estudos de impacto ambiental e a consulta das comunidades quilombolas afetadas.
Por outro lado, Jair Júnior, primeiro secretário da associação comunitária quilombola de Queimadas, apoia a realização da audiência pública em junho. “Nossa comunidade tem sido silenciada pela Federação Mineira de Quilombolas N’golo. Queremos ter voz nesta audiência pública para saber o projeto e poder opinar”, afirma Jair Júnior, destacando a valia de uma participação ativa no processo.
No entanto, a Herculano promete uma mineração 100% a sequioso, eliminando a premência de barragens, uma preocupação generalidade entre os moradores. Renata Veloso, exegeta de Relacionamento Institucional e com Comunidades da Herculano, destaca que a empresa priorizará a contratação de mão de obra sítio, incluindo membros da comunidade quilombola. “Sabemos que Serro tem pessoas preparadas para participar desse processo produtivo. Elas serão, sim, contratadas para trabalhar conosco”, garante Renata.
Portanto, a Associação dos Produtores Artesanais de Queijo do Serro também assegura que a tradicional produção de queijos da cidade não será prejudicada pelo empreendimento. E assim essa notícia alivia muitos produtores locais, que temiam impactos negativos em suas atividades.
Vozes da comunidade
A população de Serro tem opiniões diversas sobre o impacto da mineração. José Mário Santos está otimista: “Acho ótimo. Gera ofício, né? Aí circula mais quantia na cidade.” Vanderci de Jesus Rosário Costa concorda: “As pessoas precisam de desenvolvimento para trabalhar. A cidade muda com mais empregos e renda.”
Por outro lado, Luciano Gonçalves adota uma postura mais cautelosa: “Eu sou em prol, todo mundo precisa trabalhar, né? Mas temos que ter preocupação também. Desde que não destrua zero, é muito bem-vinda.” Essa variação de opiniões reflete as expectativas e preocupações da comunidade em relação ao projeto.
Em suma, Serro se encontra em um momento decisivo, onde a chegada da mineradora Herculano pode simbolizar um marco de incremento econômico e geração de empregos. Porém, é forçoso que todas as vozes sejam ouvidas e que os impactos ambientais e sociais sejam cuidadosamente considerados para prometer um desenvolvimento sustentável e equilibrado para todos os envolvidos.
