O IBGE informou nesta quarta-feira (10) que o IPCA variou 0,16% em março de 2024, depois de subir 0,83% em fevereiro. Com o resultado, a taxa de inflação em 12 meses aliviou de 4,50% para 3,93% entre um mês e outro.
Ao mesmo tempo, os números vieram inferior expectativas do mercado financeiro. Pelo consenso do Boletim Focus, a expectativa era de subida mensal de 0,24%, com o índice anual baixando a 4,01%.
Destaques do IPCA de março
Conforme o IBGE, a maior subida no índice veio do grupo sustento e bebidas. Todavia, a variação de 0,53% ficou inferior da subida de 0,95% da leitura de fevereiro.
Na sequência, o grupo saúde e cuidados pessoais subiu 0,43% – oscilação também inferior do progressão de 0,65% do mês anterior.
Por outro lado, o IPCA de março contou com o refrigério nos preços do grupo dos transportes, que teve deflação de 0,33% no mês. Isso depois de encarecer 0,72% em fevereiro.
Simultaneamente, o grupo instrução, que havia disparado 4,98% um mês antes, cresceu 0,14% agora em março.
Ovo mais custoso
Entre outros destaques do IPCA de março, a sustento no estância desacelerou de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março. Destacam-se as altas da cebola (14,34%), do tomate (9,85%), do ovo de penosa (4,59%), das frutas (3,75%) e do leite longa vida (2,63%).
“O caso do ovo de penosa tem uma explicação própria: tratou-se de um período em que uma parcela da população faz a opção de não consumir mesocarpo por questões religiosas, aumentando a demanda dessa proteína”, explicou o gerente da pesquisa, André Almeida.
Enquanto isso, a sustento fora do estância (0,35%) também desacelerou em relação ao mês anterior (0,49%). Já o lanche acelerou de 0,25% para 0,66%, mas a repasto (0,09%) teve uma subida menor que em fevereiro (0,67%).
Conforto na gasolina
Adicionalmente, aponta o IBGE, o recuo nos preços da passagem aérea foi de 9,14%. Já a gasolina saiu de 2,93% para 0,21%.
Assim, além da gasolina, entre os combustíveis (0,17%), o etanol também teve subida, de 0,55%. Já gás veicular (-2,21%) e óleo diesel (-0,73%) registraram deflação.
Sem desconto no cinema
Por último, o grupo de despesas pessoais acelerou de 0,05% para 0,33% na passagem de fevereiro para março. Essa variação teve influência do item cinema, teatro e concertos, com subida de 5,14%.
“Na última semana de fevereiro, depois o carnaval, houve uma campanha para ingressos com valores promocionais para o cinema. Isso acabou impactando no índice daquele mês, ocorrendo, agora em março, uma reembolso ao patamar regular”, comentou Almeida.