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Lula fala em “choradeira do mercado” e diz que Petrobras não pode pensar só nos acionistas

por João P. Silva
Lula fala em “choradeira do mercado” e diz que Petrobras não pode pensar só nos acionistas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (11), em entrevista ao SBT, que a Petrobras (PETR3; PETR4) deve ter preocupação com os brasileiros, e não exclusivamente com os acionistas da companhia.

Lula comentou a decisão da empresa de não remunerar dividendos extras aos seus investidores. Segundo enviado divulgado pela Petrobras na quinta-feira (7), foi feita uma proposta pelo juízo de distribuição de dividendos ordinários de R$ 14,2 bilhões, sem pagamento extra. Enquanto isso, a proposta é a de que um valor de R$ 43,9 bilhões seja talhado para uma suplente estatutária.

Logo na sequência, a companhia divulgou seus resultados do quarto trimestre do ano pretérito, com um lucro de tapume de R$ 31 bilhões, queda anual de 28% e inferior das projeções. Entretanto, o resultado em si foi totalmente ofuscado pelo noticiário sobre a distribuição dos proventos.

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“É muito engraçado. Às vezes, eu vejo notícias assim: ‘Petrobras cresce 30%’, ‘Petrobras bate recorde de produção de gasolina’, ‘Petrobras bate recorde de exportação de petróleo’, ‘Petrobras bate recorde de arrecadação’. E a gente não ganha zero com isso”, criticou Lula.

Segundo o petista, a Petrobras não pode se olvidar de que “tem uma missão”. Lula disse, ainda, que há muito tempo “tentam privatizar” a empresa. “Em 1953, não queriam que Getúlio [Vargas] criasse a Petrobras. Ela se transformou numa das mais importantes empresas de petróleo no mundo. É a empresa de maior capacidade tecnológica de prospecção em subida profundidade”, afirmou.

Na entrevista, Lula ressaltou que a Petrobras deve participar do processo de transição energética, que ele considera fundamental para a economia brasileira, mas sem perder de vista seu compromisso original. “Caminhamos para descarbonizar o planeta Terreno. Eu quero viver 120 anos. Todo dia peço a Deus que me deixe cá um pouquinho mais. Quero um mundo sem poluição”, disse.

A reação do mercado à decisão da Petrobras foi muito negativa. Só na sexta-feira (8) que sucedeu a divulgação do balanço e da restrição à distribuição de dividendos extraordinários, a Petrobras perdeu R$ 52,3 bilhões em valor de mercado.

As ações ordinárias (PETR3) da empresa fecharam com um trambolhão de mais de 10% na Bolsa de Valores do Brasil (B3). Os papéis preferenciais (PETR4) recuaram 9%.

Críticas ao mercado

Na entrevista ao SBT, Lula rebateu críticas do mercado financeiro ao seu governo. O presidente classificou o mercado porquê “um rinoceronte, um dinossauro voraz que quer tudo para ele e zero para o povo”. “Se eu for atender exclusivamente à choradeira do mercado, você não faz zero”, disse.

“Será que o mercado não tem pena das pessoas que passam penúria? Será que o mercado não tem pena de 735 milhões de pessoas que não têm o que consumir? Será que o mercado não tem pena das pessoas que dormem na sarjeta no meio de São Paulo e do Rio de Janeiro? Será que o mercado não tem pena das meninas com 12 e 13 anos que, às vezes, vendem o corpo por pretexto de um prato de comida?”, questionou Lula.

Queda de popularidade

O presidente da República também foi questionado sobre pesquisas recentes de Genial/Quaest, Atlas/Intel e Ipec que mostram que a aprovação do atual governo atingiu os patamares mais baixos desde que Lula tomou posse para o terceiro procuração, em janeiro do ano pretérito.

Lula minimizou os resultados negativos e se disse optimista de que o governo entregará resultados. “Eu tenho certeza absoluta de que não tem nenhuma razão do povo brasiliano me dar 100% de popularidade porque ainda nós estamos muito aquém daquilo que prometemos”, reconheceu Lula.

“A gente tem de entendê-la [a pesquisa] porquê uma retrato em função do momento em que você está vivendo e você utiliza a pesquisa não para ser contra ou para permanecer feliz ou muito triste por pretexto da pesquisa. Você utiliza a pesquisa porquê instrumento de ação e de mudança da sua estratégia de governo”, concluiu.

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