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Núcleos do PCE de 3 e 6 meses dentro da meta esquentam debate sobre juros nos EUA

por João P. Silva
Maioria dos distritos dos EUA reportou queda ou estabilidade em preços de insumos, mostra Fed

Qual métrica de inflação nos EUA deve ser observada para as projeções de decisões futuras sobre juros pelo Federalista Reserve? Essa pergunta voltou à tona nesta sexta-feira (26), depois a divulgação do índice de preços dos gastos com consumo (PCE, na {sigla} em inglês).

Os dados do mês de dezembro e de 12 meses corroboram a leitura de uma desaceleração gradual, mas um recorte mais detalhado indica que os preços já estão rodando dentro da meta de 2%.

O núcleo do PCE teve um aumento marginal de 0,2% (diante de 0,1% em novembro), enquanto no aglomerado de 12 meses se encontra em 2,9% (diante de 3,2% no mês anterior).

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Mas a Moody´s Analytics destacou que, a média traste anualizada de 3 meses está em 1,5%, enquanto a média de 6 meses está em 1,9%, portanto, dentro da meta.

Essa situação foi ilustrada hoje pelo economista Paul Krugman, vencedor do Nobel de Economia de 2008. O hoje colunista do jornal The New York Times descreve a situação uma vez que “um narrativa de duas medidas de inflação” em sua conta na rede social X. Para ele, quando analistas citam somente a variação do núcleo tradicional, é uma “negligência profissional”.

Para o economista, também não faz sentido referir a variação da inflação ao consumidor (CPI, na {sigla} em inglês). “O CPI anual cria uma sensação espúria de uma inflação obstinada, com um último quilômetro difícil de percorrer. O PCE dá menos peso à habitação e, no limitado prazo, nos diz que já percorremos a última milha”, explica.

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Krugman vai mais longe e diz que a “guerra contra a inflação acabou” e que agora é preciso se preocupar se os efeitos defasados ​​dos aumentos das taxas de juros podem levar os EUA a uma recessão desnecessária.

Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, diz reconhecer que o núcleo da inflação do PCE está rodando perto da meta nos últimos 6 meses e que isso pode levar o Fed a antecipar o golpe de juros para o segundo trimestre de 2024. Mas ela adverte que várias medidas de inflação subjacente continuam elevadas, que os salários subiram supra da produtividade e que o mercado de trabalho permanecer aquecido.

Já Gustavo Sung, economista director da Suno Research, observa que os dados de hoje são positivos para o cenário do banco médio norte-americano, mas pondera que o “segundo processo de desinflação” é mais lento do que a primeiro e, por isso, a poder monetária não terá pressa em mudar o atual projecto de voo.

“Ainda há um caminho a percorrer para que haja uma convergência da inflação para a meta de longo prazo, de 2,0%”, afirma.

“Nossa expectativa, caso não haja choques que pressionem a inflação, é de uma desaceleração dos preços ao longo dos próximos meses, com uma inflação se aproximando da meta no terceiro trimestre deste ano. Esse cenário seria um gatilho para o início de golpe na taxa de juros entre maio e junho deste ano.”



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