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O que esperar do Ibovespa para junho?

por João P. Silva
O que esperar do Ibovespa para junho?

O Ibovespa caminha para mais um mês negativo em 2024. Mesmo faltando mais um pregão, nesta sexta-feira (31), o principal índice da Bolsa acumula perda, em maio, de 2,55%, que muito dificilmente será revertido.

Confirmado o mês no vermelho, oriente será o terceiro ininterrupto (de março a maio) e o quarto, entre os cinco primeiros meses do ano, em queda (exclusivamente em fevereiro, o Ibovespa fechou no positivo).

Dessa forma, o Ibovespa entra no sexto mês do ano – se aproximando da metade de 2024 – com saldo negativo de 8,55%. Para junho, o que analistas consultados pelo InfoMoney projetaram é um cenário semelhante ao visto agora:

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  • A perspectiva da queda mais atrasada dos juros nos Estados Unidos,
  • Selic mantando-se em dois dígitos por mais tempo e
  • Problemas fiscais executados entre as questões.

Esses foram os fatores, em suma, que prejudicaram o Ibovespa em maio e que deveriam manter os investimentos temerosos em relação aos ativos de risco brasiliano. Entretanto, alguns desses fatores podem mudar, segundo os analistas. O que mudaria o jogo.

O que esperar do Ibovespa em junho?

“Vejo uma esperança de melhora no cenário para junho. O Ibovespa está testando 125 milénio pontos, com pós-Copom. Mas há dados importantes nos Estados Unidos, principalmente para o Fed. Se vierem mais fraquezas do que o esperado, podem virar a pressão de baixa (do Ibovespa)”, afirma Enrico Cozzolino, sócio e gerente de estudo da Levante Inside Corp.

Segmento do mercado vem apontando que alguns dos últimos dados norte-americanos já vêm sinalizando uma desaceleração da economia por lá — o que abriria espaço para o Federalista Reserve diminuir juros mais cedo.

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Dados da inflação e do varejo publicados há duas semanas nos Estados Unidos, por exemplo, aumentaram o timismo, derrubaram as taxas de juros e levaram as bolsas por lá a níveis históricos.

Em grande segmento, os estrangeiros vêm saindo da Bolsa brasileira ao longo do ano por conta dos juros mais altos nos Estados Unidos. Até antes do feriado, o saldo era negativo em R$ 33,3 bilhões no ano, na B3, mesmo com uma ligeiro recuperação em maio, com ingresso líquido de R$ 892,8 milhões.

Neste cenário, eles fazem mais alocações na renda fixa americana, que oferecem taxas atrêtants e menor risco, frente aos investimentos no Brasil – e em outros emergentes, que também perdem atratividade.

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Se os dados de junho dos Estados Unidos consolidarem a tendência recente e virem mais fracos, é provável que o Ibovespa se beneficie.

Risco interno

Fora dos ventos do exterior, porém, o que empaca o Ibovespa também são os fatores internos. Em maio, o Ibovespa não agiu o progressão dos índices do exterior em grande segmento por conta de problemas locais.

As Bolsas americanas, por exemplo, bateram recordes de pontos. Dow Jones atingiu os 40 milénio pontos, enquanto Nasdaq e S&P 500 renovaram máximas em maio.

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Dessa forma, o que manteve os investidores fora da Bolsa brasileira foram fatores porquê os ruídos fiscais e políticos, visto que outros emergentes também subiram em maio.

Mediação primária

É importante lembrar que o mês de maio foi marcado, por exemplo, pela troca de presidente da Petrobras (PETR4), com a assinatura de Jean Paul Prates e a ingresso de Magda Chambriard.

Além de assustar os investidores, pela troca de comando, mesmo com bons resultados da petroleira, se concretizou a visão de que o Governo Federalista vai mesmo intervir na Petrobras. Isso significa mais investimentos (até mesmo em projetos duvidosos, em termos de retorno, e menos dividendos, que, inclusive, ajudariam no fiscal).

Outrossim, em abril, o governo revisou suas metas de resultados primários para 2025. Com isso, a visão é que o PT esteja avançando.

“Acho que o que poderia salvar o próximo mês, falando mais do cenário interno, é o resfriamento do oração de ingerência política, de relativizar a valia do lado fiscal e de déficit, a transparência das metas. Por tanto, temos mais ruídos, o que faz o Ibovespa não desabar mais”, diz Cozzolino.

Rodrigo Cohen, comentador de investimentos e cofundador da Escola de Investimentos, vai na mesma risca. “O que pode salvar o desempenho do índice no próximo mês é alguma notícia muito dissemelhante das esperadas, tanto em relação a dados macro quanto em relação a política.”

“Se você deslindar alguma coisa assim não esperada, mas muito impactante (pode ajudar o Ibovespa). Mas ainda credor que o cenário incerto tanto do fiscal cá porquê lá fora com juros altos nos EUA faz os investidores ficarem mais cautelosos, o que prejuda as bolsas, inclusive a nossa”, concluiu Cohen.

Desempheno mensal do Ibovespa nos últimos doze meses:

2024

Maio (até 29): -2,55%

Abril: -1,70%

Março: -0,71%

Fevereiro: +0,99%

Janeiro: -4,79%

2023

Dezembro: +5,38%

Novembro: +12,54%

Outubro: -2,94%

Setembro: +0,71%

Agosto: -5,09%

Propagação: +3,27%

Junho: +9,00%

Maio: +3,74%

Nos últimos doze meses, o Ibovespa subiu dos 101,6 milénio pontos, em maio/23, para a máxima dos 134,3 milénio pontos, em dezembro/23; agora opera na fita dos 122,7 milénio pontos, ao final de maio/24

Gráfico quotidiano Ibovespa em 12 meses. Natividade: Clear Trader



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