Um raconto de duas economias – muito diferentes – em um mesmo país. Essa foi a peroração do Morgan Stanley sobre os dados de inflação divulgados na última semana pela China, mostrando um prolongamento desbalanceado, com potente exportação de produtos manufaturados e fraco consumo doméstico. Assim, ao olhar no pormenor, as exportações provavelmente apoiaram alguns preços, mas os preços para o consumidor permaneceram fracos.
O oferecido de inflação ao consumidor em maio apontou progresso anual de 0,3%, um pouco aquém das estimativas de subida de 0,4% do consenso de mercado. Os fatores do lado da oferta foram o que apoiaram os preços para seguirem em subida na base anual: os preços da músculos de porco continuaram a subir, enquanto os preços dos vegetais aumentaram devido às condições meteorológicas adversas. Já os preços dos serviços públicos subiram à medida que os governos locais reduziram os subsídios.
Por outro lado, houve normalização da inflação das viagens e baixa dos preços dos eletrodomésticos e dos automóveis, num contexto de fraca procura.
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Já o índice de preços ao produtor (PPI, na {sigla} em inglês) apresentou deflação menor do que a esperada em maio. A queda foi de 1,4% perante o mês anterior, posteriormente recuos de 2,8% em março e de 2,5% em abril. A projeção do consenso LSEG de exegeta era de um PPI de -1,5%. A queda menor foi atribuída aos aumento dos preços internacionais das commodities.
Os preços dos bens intermédios e de capital estabilizaram no mês (0,1% em maio versus -0,4% em abril), possivelmente devido à robustez das exportações. Dito isto, os preços dos bens de consumo permaneceram fracos (estáveis em -0,1% ), liderados pelos bens duráveis (-0,3%), porquê os automóveis, aponta o Morgan.
“A ‘reflação’ – ação de estimular a economia através do aumento de moeda ou queda de taxas – continua muito distante num contexto de prolongamento desequilibrado”, avalia o banco americano.
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Os economistas acreditam, por um lado, que o ciclo mercantil global (expectativa de um prolongamento real do negócio de 3,5% em 2024 versus 1,7% em 2023) manterá a resiliência nas exportações da China oriente ano, apesar das tensões comerciais. O impacto do aumento das tarifas dos EUA sobre produtos chineses provavelmente será restringido e, embora as tarifas da União Europeia sobre carros elétricas possam ter mais impacto, estes veículos representam uma pequena percentagem (1,2%) do totalidade das exportações.
“No entanto, a procura interna provavelmente permanecerá moderada num contexto de desalavancagem do setor imobiliário e de províncias do país, enquanto o fortalecimento das exportações reduz a urgência de estímulos e reequilíbrio”, avalia o banco.