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“Temos de invocar a Vale e exigir que ela pague” por Mariana e Brumadinho

por Abel Ferreira
“Temos de chamar a Vale e exigir que ela pague” por Mariana e Brumadinho

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cobrar a Vale, nesta terça-feira (2), e disse que o governo federalista exigirá da companhia o ressarcimento às famílias das vítimas das tragédias de Mariana (MG) e Brumadinho (MG).

No Recife (PE), Lula participou, no término da tarde, da cerimônia de entrega de 448 unidades habitacionais dos Conjuntos Vila Brasil I e II. Também foram anunciados os novos campus Recife – Núcleo do Instituto Federalista de Pernambuco, e Campus do Sertão – UFPE, no município de Sertânia (PE).

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Ao discursar, Lula falou sobre uma série de assuntos, entre os quais os danos causados pelos rompimentos das barragens nos dois municípios de Minas Gerais, respectivamente em 2015 e 2019.

A barragem de Fundão, em Mariana, rompeu no dia 5 de novembro de 2015, naquele que é considerado o maior sinistro ambiental da história do país. Ao todo, 19 pessoas morreram.

Na ocasião, muro de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração devastaram comunidades, contaminaram o Rio Rebuçado e afluentes e chegaram ao Oceano Atlântico, no Espírito Santo. Foram 49 os municípios atingidos pela tragédia.

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Em janeiro de 2019, um novo rompimento em outra barragem da Vale, em Brumadinho, deixou 270 mortos e um rastro de ruína. Milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração foram despejados na bacia do Rio Paraopeba.

“Neste país, as pessoas têm muita facilidade para olvidar de pobre. Vocês viram o que aconteceu em Brumadinho, com aquela barragem da Vale, quantas pessoas morreram, quantas casas foram destruídas, e o que aconteceu em Mariana com outra barragem da Vale. Até hoje, a Vale não pagou o recta dos povos pobres”, afirmou Lula.

“Eu já falei com o Rui [Costa, ministro-chefe da Casa Civil]. Semana que vem, nós temos que invocar a Vale e exigir que ela pague os prejuízos que as pessoas tiveram. Não é provável que só sobre desgraça para as nossas costas”, completou o presidente.

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Na semana passada, durante passagem por Minas Gerais, Lula já havia cobrado publicamente a Vale e prometeu visitar as cidades atingidas pelas tragédias.

“Quero ver o estrago que a Vale fez na cidade de Brumadinho, quero ver o que foi feito em Mariana. A Vale está muito quietinha e sabe que tem de remunerar”, afirmou, na ocasião.

“É fácil governar para os pobres”

Em seu exposição no evento em Recife, Lula se disse gratificado ao entregar unidades habitacionais à população mais pobre. “Quando eu entrego uma chave de uma morada, quando eu vejo uma pessoa expor que virou doutor graças ao Lula, que está fazendo um curso técnico, que está recebendo o Bolsa Família, eu fico pensando: porquê é fácil governar para cuidar dos pobres. O que é muito difícil é cuidar dos ricos. Porque os pobres exigem pouco e são muito agradecidos por tudo aquilo que a gente faz”, afirmou o presidente.

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“A morada própria é uma potestade. Ter a morada própria é a gente chegar em um pedacinho do firmamento”, prosseguiu Lula.

País mais “urbano e democrático”

Durante sua fala, Lula voltou a repudiar o impeachment sofrido pela ex-presidente e aliada Dilma Rousseff (PT), em 2016. “A gente tinha começado a consertar leste país, de 2003 a 2015. As pessoas estavam mais muito cuidadas. Inventaram uma denúncia contra a companheira Dilma Rousseff para tirá-la do governo injustamente e colocar as tranqueiras que colocaram, que governaram depois dela. E a gente sabe o que aconteceu neste país, o retrocesso que houve”, disse.

Sem referir o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu rival político e predecessor no missão, Lula afirmou que, em 1 ano e meio de procuração, já fez mais pelo país do que o governo anterior em 4 anos.

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“Tivemos um ano muito difícil. Nós completamos ontem 1 ano e 6 meses de governo. Não é zero. E eu olho para a faceta de cada um de vocês e digo que nós fizemos mais do que o outro governo fez em 4 anos em todos os estados da Federação”, disse o petista.

“Precisamos ensinar leste país a ser mais urbano e democrático, para os entes federados se respeitarem”, continuou. “Os adversários ficam muito p… comigo. Nem sempre eles gostam de mim. O que eles não sabem é que o Lula não é o Lula. O Lula são vocês, todos juntos. E é por isso que eles não têm condições de derrubar. É por isso que eles não me aceitam.”

Elogios a João Campos

No tribuna de Lula, estavam o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB).

Lula vem atuando, nos bastidores, para que o PT emplaque o candidato a vice na placa de João Campos à reeleição, em outubro. O prefeito da capital pernambucana tem aprovação altíssima na cidade e é franco predilecto para ser reeleito.

Aliados de Campos avaliam que, em 2026, o prefeito pode deixar o missão e concorrer ao governo do estado – justamente contra a atual governadora, Raquel Lyra, que pode se candidatar ao segundo procuração.

“Eu não consigo compreender você governar sem combinar com prefeitos e governadores. É uma alegria trabalhar com um prefeito da qualidade do João Campos. Eu fui muito companheiro do pai dele. O Eduardo Campos está lá no firmamento, está se mexendo, porque esse moleque vai ser melhor do que ele para governar”, disse Lula.

Além de Lula, Campos e Lyra, participaram do evento vários ministros do governo, porquê Rui Costa (Moradia Social), Camilo Santana (Instrução), Jader Rebento (Cidades), Nísia Trindade (Saúde), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Silvio Costa Rebento (Portos e Aeroportos), André de Paula (Pesca e Aquicultura) e Laércio Portela (Secretaria de Informação Social da Presidência), além do advogado-geral da União, Jorge Messias.

O último evento do Dia foi uma cerimônia de pregão do cumprimento de acordos-base relativos ao pagamento de indenização a pessoas que moravam em edifícios conhecidos porquê “prédios-caixão” (com cocuruto risco de desabamento), em Recife e na Grande Recife. 

Lula entregou o “cheque esperança” a esses proprietários, que receberão indenizações de até R$ 120 milénio por apartamento. Ao todo, o governo pagará R$ 1,7 bilhão no ressarcimento. 

“Isso é uma prova simples de que, quando o Estado está preocupado em ajudar a resolver os problemas das pessoas, não existe problema que não seja resolvido. O povo não precisava ter esperado 30 anos para receber a sua indenização”, disse Lula.



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