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Transacção tem altos e baixos em 2023, mas inflação em queda e renda maior devem ajudar

por João P. Silva
Comércio tem altos e baixos em 2023, mas inflação em queda e renda maior devem ajudar

As vendas no varejo brasiliano têm mostrado um comportamento bastante variado por setores nos últimos meses, oscilando entre a resiliência trazida pela maior disponibilidade de renda via inflação e taxa de desemprego menores e o impacto das condições de restrição do crédito. Na viradela do ano não foi dissemelhante, embora a intensidade da queda do varejo restrito tenha pegado os economistas de surpresa.

Nesse noção de vendas que exclui o negócio de veículos, materiais de construção e atacarejo, a queda foi de 1,3% em dezembro diante de novembro, num provável efeito “bumerangue” depois a subida do mês anterior, puxada pelas promoções da Black Friday, conforme estudo da XP.

Esse rebote pode ser facilmente identificado nos resultados desagregados, que foram predominantemente negativos, com seis das oito atividades a registarem uma descida marginal, destaca a XP.

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Ou seja, itens muito procurados no mês anterior, porquê materiais de escritório, informática e notícia, móveis, eletrodomésticos, vestuário e calçados, caíram potente em dezembro.

Do lado positivo, a categoria de supermercados, vitualhas e bebidas tem desenvolvido de forma consistente, subindo 0,8% no mês e acumulando seis altas mensais nos últimos sete meses.

“O cenário de resiliência do consumo se mantém, apesar das surpresas negativas em dezembro.  Estimamos que o rendimento disponível real das famílias cresça 4,2% em 2024, depois um aumento de 6,5% em 2023. Outrossim, o processo de desinflação continua e as condições de crédito têm melhorado gradualmente”, comenta a XP.

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A projeção é que as vendas no varejo ampliado (que inclui as categorias retiradas no noção espaçoso) aumentem 2,7% leste ano, depois um lucro de 2,4% registrado no ano pretérito.

Para Claudia Mulato, economista do C6 Bank , os dados mais fracos de dezembro corroboram a visão de que a economia registrou potente desaceleração no segundo semestre de 2023, mas também não alteram a projeção positiva para leste ano. “Para 2024, nossa expectativa é de que as vendas do varejo ampliado continuem expandindo. Para o PIB, nossa projeção é de incremento de 1,5% em 2024 e em 2025”, estima.

Renda maior

Na estudo do Santander Brasil, embora o cenário permaneça provocador para o varejo, o 1º trimestre pode ser mais positivo devido ao impacto do pagamento de precatórios e ao aumento da renda das famílias.

A projeção de Igor Cadilhac, economista da PicPay, é semelhante. “Nossa perspectiva é que o mercado de trabalho aquecido, a regra de valorização do salário-mínimo e a inflação comportada devam contrabalançar um rendimento real ainda proeminente”, comenta.

Rafael Perez, economista da Suno Research, pondera que o cenário doméstico ainda em desaceleração tem impedido um incremento mais robusto do setor varejista, principalmente por conta do proeminente endividamento das famílias e os efeitos cumulativos da política monetária restritiva.

Porém, ele projeta que a perenidade do ciclo de cortes da taxa Selic pelo Banco Médio, a inflação em níveis mais comportados, o mercado de trabalho aquecido e o incremento da tamanho salarial devem trazer um ímpeto melhor para o varejo ao longo de 2024.

João Savignon, patrão de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, observa que o desempenho foi de relativa firmeza no último trimestre de 2023, com ligeira queda do varejo restrito e subida modesta do ampliado.

“Os dados intercalaram altas e baixas ao longo do ano e com importante heterogeneidade entre as atividades pesquisadas, além das frequentes revisões pelo IBGE. Isso revela uma maior dificuldade em se explorar corretamente o desempenho do setor”, explica.

Para ele, em uma perspectiva um pouco mais longa, a avaliação é que o varejo siga com ligeira tendência de incremento, de quase firmeza. “As perspectivas continuam desafiadoras, mas alguns elementos nos fazem confiar em um cenário de desaceleração gradual do incremento e não de queda, porquê o maior espaço na renda e capacidade de endividamento das famílias”, afirma.



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