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Vale a pena investir em um ETF de Bitcoin?

por João P. Silva






Depois de dias dramáticos, marcados por invasões virtuais, anúncio falso e críticas de membros do governo, o aguardado ETF (fundo de índice) à vista de Bitcoin (BTC) foi finalmente aprovado nos Estados Unidos. No quarto dia (10), a Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) deu sinal verde para um lote de produtos, assim como era esperado por boa parte dos analistas

A expectativa é que os ETFs ajudem a popularizar ainda mais o Bitcoin e as demais criptomoedas, que até pouco tempo estavam associadas a crimes financeiros e quase não havia espaço no noticiário econômico.

Confira abaixo como os ETFs da criptomoeda funcionarão, se faz sentido para o investidor brasileiro, e qual o comportamento esperado para o BTC após a aprovação.

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O que é um ETF à vista do Bitcoin?

O ETF à vista de Bitcoin, também chamado de ver, é um instrumento que permite aos investidores expor os movimentos de preço do ativo, sem precisar negociá-lo diretamente em uma exchange de criptomoedas. Até agora, os EUA só tinham ETFs ligados a contratos de futuros da moeda digital.

Por que o ETF Bitcoin é importante?

Muitos investidores institucionais não alocam recursos para Bitcoin por causa da volatilidade da moeda e da falta de regulamentação do setor. O ETF de Bitcoin, por ser um produto regulamentado, abre a porta para esse público. Em Wall Street, assessores de investimento já se preparam para recomendar o produto aos clientes.

Quais são os efeitos esperados?

O aval regulatório é visto como um selo de maioridade para o Bitcoin, que pode ganhar confista entre investimentos institucionais, deixando para trás uma pecha de ativo que não deve ser levado a sério. “Com as maiores gestoras do mundo, como BlackRock e Fidelity, com trilhões de dólares, e com o selo da SEC, é um discurso que combina mais com com 2015”, disse Bruno Sousa, que comanda as operações da gestora Hashdex nos EUA.

Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas, disse que a aprovação dos produtos sinalizou um marco crucial na transição do mercado global de criptografia. “Com os principais investidores de ativos levando o mundo dos ativos digitais a milhões de pessoas por meio de um produto agora regulamentado, esses ETFs próvenido catalisam o crescimento da indústria e aumentam significativamente a demanda por Bitcoin”.

Com a chegada de novos veículos de investimento na carteira dos investidores institucionais, o Standard Chartered Bank estima que os fundos do índice gerarão grandes fluxos de US$ 50 a 100 bilhões em 2024.

Brasileiro pode investir no ETF de Bitcoin?

Não não. Para isso, é preciso ter contato internacional com alguma corretora que liste os ETFs disponíveis nos Estados Unidos. Depois de abrir uma conta, basta transferir os reais, fazer a mudança para dólar e adquirir o produto financeiro. Alguns exemplos de corretoras são Nomad, Avenue e Inter Global. A tributação é de 15% em cima da valorização das cotas após o resgate. Não há isenção fiscal para negociações até R$ 35 mil, como é o caso dos ganhos de capital em corretoras no Brasil.

Vale a pena, já que há ETFs de BTC no Brasil?

É provável que os ETFs da UE sejam mais caros que os do Brasil. Isso porque eles são negociados em dólar e, na hora de converter reais para a moeda norte-americana em corretoras internacionais, há impostos, como IOF. Além disso, as corretoras têm taxas de serviço, que variam entre 0,5% e 2%. Para completar, os ETFs possuem tarifas próprias. (Veja a figura abaixo).

Fonte: James Seyffart, analista da Bloomberg

O Brasil tem fundos de índice à vista do Bitcoin desde 2021, como o BITH11, da gestora Hashdex, e o QBTC11, da gestora QR Asset. Para Sousa, da Hashdex, não faz sentido para um brasileiro adquirir cota de ETF de Bitcoin lá fora, quando há opções locais com regime tributário mais favorável e negociação em reais. Além disso, há mais opções: são 13 ETFs de criptoativos disponíveis na B3, com exposição ao BTC e outros ativos digitais.

⁠Em quais bolsas o ETF de Bitcoin dos EUA foi listado?

Os veículos de investimento estão listados na Nasdaq, na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e na Chicago Board Options Exchange (CBOE). A expectativa é que as negociações sejam iniciadas na quinta-feira (11).

Além do Bitcoin, o ETF irá replicar outras criptomoedas?

No momento, a SEC aprovou apenas ETFs com exposição direta ao Bitcoin. No entanto, no final do ano passado, gestores como BlackRock e ARK Invest já enviaram ao xerife do mercado de capitais norte-americano pedidos para a criação de fundos de índice à vista do Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda do mundo.

Preço do Bitcoin vai subir?

As projeções de curto prazo passaram a ficar mais negativas após a falta de ocorrência do Bitcoin na quarta-feira, desligada da alta de criptomoedas menores. Se antes havia certo espectro de que o patamar de US$ 50 milhões estava lachado, agora as chances seriam maiores de realização de lucros.

No entanto, as expectativas mudam no longo prazo. Até o final do ano, o consenso de analistas técnicos e fundamentalistas é de que a moeda digital tenha força para passar sua história máxima de US$ 69 mil. Para o Standard Chartered, o alvo para o final do ano é o patamar de US$ 100 mil, o que significaria um salto de mais de 100% ante o preço atual. Em 2023, o BTC valorizou mais de 150%.

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