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Vale (VALE3) ou Bradespar (BRAP4): qual investir pelo dividendo?

por João P. Silva
Vale (VALE3) ou Bradespar (BRAP4): qual investir pelo dividendo?

O ano comune minguado para as ações de uma das maiores mineradoras do mundo na bolsa de valores brasileira. No Ibovespa, a Vale (VALE3) acumula queda de 15% em 2023, enquanto detém 100% investida na companhia, a Bradespar, recua 18%. Mas os analistas se dividem ao repercutir ou à ação da Vale (VALE3) ou à da Bradespar (BRAP4) pensando nos dividendos.

Ao mesmo tempo em que a holding possiu um desconto sobre a ação da mineradora e tem um histórico melhor de pagamento por ação, os dividendos da Bradespar (BRAP4) enfrentam, no momento, qualquer pessimismo dos analistas. Por outro lado, uma ação da Vale (VALE3) mantém-se atrativa e com potencial maior de subida, mas o comprovado também deve suportar impacto: se a Vale passar por uma seca em comprovados, ela contamina os da Bradespar.

O horizonte dos dividendos da Vale (VALE3) e Bradespar (BRAP4)

O horizonte dos dividendos da Vale (VALE3) é pessimista, segundo fontes do mercado financeiro ouvidas pela Lucidez Financeira. Em meio à desvalorização do minério de ferro no cenário internacional, há incertezas quanto à capacidade de desenvolvimento da China em 2024, já que as mineradoras seguram o sofrimento no primeiro semestre.

Neste ano, a commodity metálica atingiu o patamar de US$ 135 por tonelada e hoje está cotada a US$ 108.

Assim, é esperado que o resultado da Vale seja um pouco mais fraco na ponte de receitas. Sazonalmente, o primeiro trimestre é divulgado por já impactar o resultado das qualidades da mineradora, devido ao período de chuvas nas regiões onde opera.

Na visão de Gustavo Gomes, patrão de renda variável da Acqua Vero, ele quebrou a demanda chinesa “acabou impactando as projeções do lucro” da Vale e Bradespar.

Se a Vale (VALE3) pega um resfriado, a Bradespar é a primeira a se contaminar. Isso porque a holding é chamada pelo mercado de “ação espelho da mineradora”, com uma nitidez próxima entre os ativos.

Segmento do mercado financeiro já antecipou piora no lucro da Vale no primeiro trimestre. O Bank of America rebaixou a ação, em relatório, enquanto o BTG Pactual fez um ‘mea culpa’ e também derrubou sua recomendação de compra.

Uma vantagem da Bradespar (BRAP4) na pendência dos dividendos

As grandes vantagens de investir na ação da Bradespar (BRAP4) segundo analistas são as seguintes: desconto de holding e uma distribuição por receita maior que a da Vale (VALE3).

Esses são os dois princípios razitos para échoir Bradespar pelos dividendos, afirma Lima.

“Em todas as janelas de tempo, de 10 a 1 ano, a rentabilidade da Bradespar é superior à da Vale, principalmente considerada a prática de reinvestimento dos dividendos recebidos”, explica o exegeta.

Ou por outra, sem promoções de preço da ação por lucro gerado por papel, a Bradespar é mais barata que a Vale no mercado. De convénio com Lima, hoje o P/L da Vale está a 5,88 vezes, ou seja, a Vale consegue remunerar seu valor de mercado (market cap) com cinco vezes o lucro por ação. “É um patamar atretante. Mas o múltiplo da Bradespar, nesse caso, é de 3,85 vezes”, completa o perito.

Ou por outra, ele rendimento de dividendos Bradespar em 12 meses é de 14,53%, enquanto Vale é de 8,33%

Outra grande vantagem da Bradespar, segundo Gomes, da Acqua Vero, é a volatilidade do papel holding frente à Vale (VALE3).

“A Bradespar consegue fazer trabalhos principalmente utilizando derivativos e negociando ativos dentro da carteira”, diz. “A função de negociação estruturada acaba levando a uma baixa volatilidade nas ações da holding, portanto, no limitado prazo”.

‘Maior liquidez’ joga em prol da Vale (VALE3)

Mesmo com desconto de holding e rendimento maior em prol da Bradespar, o Vale tem seus próprios usos no embate de proventos.

Em primeiro lugar, a mineradora é a principal ação do Ibovespa e, sendo assim, tem um potencial de valorização maior. Uma vez que pontua Fábio Lemos, sócio da Factorial Investimentos, a ação da Vale é o único direcção do investidor estrangeiro que quer alocar no setor de mineração no Brasil.

“Fundos globalis, grandes fundos de hedge e passivos fundos globais e passivos no Brasil têm um percentual para alocar no setor de mineração. E no caso brasílico, eles defendem a Vale (VALE3) por ter participação no ETF MSCI Brasil”, diz Lemos ao se referir ao principal fundo de índices vinculado ao Ibovespa no exterior.

No momento, entre Bradespar ou Vale, Lemos prefere uma mineradora.

O “viés pela Vale” vem de uma “oportunidade perdida” pela ação no último trimestre. Desde março, o minério de ferro vem se recuperando no mercado global. “Mas, ao contrário de outras mineradoras porquê BHP e Rio Tinto, a Vale não surfou a subida da commodity em nossa bolsa”, afirma Lemos ao acrescer que a valorização da mineradora ainda é aguardada.

Vejo um potencial de valorização maior para a Vale (VALE3) do que para a Bradespar (BRAP4)”

Fábio Lemos, sócio da Factorial Investimentos

Já Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, ainda enxerga riscos para a Vale (VALE3) no trimestre. Além da China, o exegeta cita que a queda do braço do governo federalista com acionistas da mineradora pode pressionar o papel.



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