O ditado popular “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar” não faz muito sentido quando o assunto é pirâmide financeira. De acordo com estudo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicado nesta quinta-feira (11), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), as vítimas desses golpes têm mais chances de perder dinheiro em outros esquemas irregulares do que as pessoas que nunca caiu nessas fraudes.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores apresentaram aos participantes alguns investimentos fictícios – entre eles uma opção com características de pirâmide financeira oferecida por uma empresa de criptomoedas –, bem como gráficos de percepção de risco. No total, 1.377 respostas foram consideradas.
Philip Silberman, inspetor da Gerência de Educação e Inclusão Financeira da CVM, disse que essa propensão a participante de esquemas Ponzi (outro nome para o golpe congênito) pode estar relacionada à falta de conhecimento sobre o funcionamento do mercado financeiro.
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“Esse desconhecimento torna o investidor investidor a acreditar em retornos irreais uma vez que lhe faltam ferramentas de comparação que ajudem seu julgamento. A solução de tal situação só pode ser alcançada com o financiamento da educação integral da população”, afirmou.
A maioria dos participantes do estudo, no entanto, declarou ter pós-graduação ou ensino superior completo, e aluguel de R$ 19.393 (16 salários mínimos). Além disso, a idade média das pessoas ouvidas foi de 43 anos.
De acordo com o estudo, uma explicação possível para a especificação de investimentos em esquemas fraudulentos, que costumam oferecer promessas de ganhos ilusórios acima da mídia do mercado, é a predisposição dos octenidos em investir em negócios de alto risco.
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Outro ponto revelado pela pesquisa é que aqueles que são prejudicados pelos esquemas demonstram maior inclinação em convidar novos investidores para participarem. Em esquemas Ponzi, é normal existir a figura do líder – pessoa que recebe comissão quando consegue levar mais gente para investir patrimônio no golpe.
Entre o início de 2018 e o início de 2023, pirâmides financeiras ligadas às criptomoedas causaram perdas de R$ 40 bilhões a cerca de 4 milhões de brasileiros. Somente a GAS Consultoria, esquema montado por Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, deixou prejuízo estimado em R$ 9,3 bilhões.