Início » Voltaram de vez? Investidores estrangeiros aumentam fatia na dívida pública brasileira; confira – Investe Alcance

Voltaram de vez? Investidores estrangeiros aumentam fatia na dívida pública brasileira; confira – Investe Alcance

por Abel Ferreira
brasil dívida pública investidores estrangeiros

Apesar do aumento, participação na dívida pública brasileira ainda está longe do recorde de 2015 (Imagem: Unsplash/Firmbee.com)

Os dados mais recentes do Relatório Mensal de Dívida (RMD), divulgados pelo Ministério da Herdade, mostraram aumento da participação de investidores estrangeiros na dívida pública, fazendo com que a fatia alcance 10,2% em março. No mês anterior, a porcentagem havia sido de 9,8%.

Entretanto, esses números já foram maiores. O ano 2015 representa o vértice da participação estrangeira na dívida pública brasileira, quando alcançou 20,8%.

A queda é consoante com as mudanças de rating recebidas pelo Brasil que, mais recentemente, teve a perspectiva alterada de “fixo” para “positiva” pela sucursal de classificação de risco Moody’s Ratings, ainda mantendo o país no patamar de risco especulativo Ba2.

A diferença levou em consideração uma visão otimista para o desenvolvimento econômico do país, sendo considerado mais robusto, em conjunto com um progresso contínuo em direção à consolidação fiscal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Participação de estrangeiros na dívida pública está longe de voltar ao recorde

Para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, apesar dos avanços, o Brasil ainda caminha distante da possibilidade de perceber novamente o patamar de 2015.

“O Brasil perdeu a posição de bom pagador em 2015, logo posteriormente o auge da participação de estrangeiros na dívida pública. Isso já faz praticamente 10 anos, e mesmo assim o país teve poucos avanços na situação. Considerando isso, não existem motivos concretos que sustentem um retorno de um bom proporção de investimentos”, afirma Eyng, complementando que para ocupar novamente o feito é necessário controle da dívida pública, superavit fiscais consecutivos e desenvolvimento econômico, alguma coisa que ele considera uma verdade distante.

A participação é desejada pela diversificação de investimentos, atração de capital estrangeiro, redução de custos de financiamento do governo, aumento da crédito no mercado financeiro e incitação do desenvolvimento do setor, explica Volnei.

A preferência dos investidores estrangeiros por títulos prefixados mais longos é explicada pelo CEO da gestora Multiplike por conta dos bons prêmios que o Brasil possui em verificação com outros países emergentes.

“Quando estrangeiros preferem comprar títulos de longo prazo com taxas de juros predefinidas, isso beneficia o Tesouro Vernáculo na gestão da dívida pública. Isso ocorre porque a presença de mais investidores estrangeiros interessados nesses títulos ajuda a reduzir as taxas de juros, impactando positivamente a estrutura da curva de juros”, complementa.

Mudança de rating será atrasada

Jefferson Laatus, estrategista-chefe da Laatus, também pontua que questões porquê desenvolvimento chinês e juros americanos, fatores externos que afetam o cenário doméstico, e percalços fiscais e políticos repelem o fluxo de capital para o país.

“Para um país emergente, ter grandes investidores estrangeiros comprados em suas dívidas mostra boas expectativas com o porvir”, afirma Laatus, explicando que esse perfil se norteia no longo prazo para investir em uma país.

Ele complementa pontuando que a Moody’s deixou muito simples que o Brasil só recupera seu proporção de investimento cumprindo todo seu projecto fiscal, o qual já foi confuso com a mudança da meta fiscal. “Isso sem incerteza nenhuma vai atrasar bastante essa mudança de rating”, completa.



Fonte

Related Posts

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitar Saiba Mais

Política de Privacidade e Cookies