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entenda o mundo hoje e impactos no Brasil

por Abel Ferreira
entenda o mundo hoje e impactos no Brasil

A extrema direita avança na Europa. A guerra é intermitente, mas contínua entre Rússia e Ucrânia. E uma vez que se não bastasse isso, há tensão crescente entre China e Taiwan. Um mundo em conflito e com um agravante, a perspectiva do retorno de Donald Trump à Vivenda Branca.

O cenário extremamente negativo é analisado por Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, para a Perceptibilidade Financeira. O profissional aponta ainda repercussões deste cenário para o Brasil e resume: “A América Latina, de certa forma, tem uma certa sorte porque ela está fora dessa disputa geopolítica toda”.

Um quadro da Europa

A última eleição para o Parlamentou Europeu, realizada no último domingo, trouxe a subida da extrema direita.

O movimento não é novo na opinião de Vale. O economista enxerga o movimento do término de semana pretérito dentro da ótica do copo meio pleno e meio vazio. “O copo meio pleno é que o resultado do Parlamento Europeu no universal não foi dramaticamente ruim porque você manteve uma posição de núcleo relativamente consolidada, apesar dos ganhos da extrema direita”, analisa.

“Os ganhos da extrema direita, olhando o copo meio vazio, foram justamente nos países mais sensíveis hoje à essa invasão da extrema direita, que são a França e a Alemanha”, conclui Sergio Vale. Ato contínuo aos resultados para o Parlamento Europeu, Emamanuel Macron convocou novas eleições legislativas na França.

Logo, Sergio Vale considera que o cenário pela frente sugere o de sempre quando há incremento da extrema direita. Uma Europa mais patriótico, protecionista e que se fecha para imigrantes, o que é particularmente ruim para um continente que historicamente precisa, justamente, dessa buraco econômica.

“Logo, assim, esse movimento de contração do estrangeiro – e o estrangeiro econômico é a China e os imigrantes -, essa extrema direita tem vencido essa guerra em várias frentes na Europa e eu acho que infelizmente vai continuar sendo assim. Pior para a Europa”.

Mais que a guerra, as forças autoritárias

Logo, sobre a intermitente guerra entre Ucrânia e Rússia e possíveis efeitos no preço do petróleo, Sergio Vale indica que mais importante é olhar se os Estados Unidos vão ou não entrar em recessão. “Você destruir uma ou outra refinaria mexe residualmente nos preços”, diz.

Assim, para o economista-chefe da MB Associados, é preciso enxergar mais além com relação às pretensões tanto de Rússia na Europa quanto da China em relação à Taiwan.

O ministro da Quinta, Fernando Haddad, cumprimenta o presidente da China, Xi Jinping. Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

Dessa forma, o economista não descarta uma mediação chinesa na pequena país. “O poder que está surgindo agora com força econômica e força política, que se contrapõe ao poente, não são forças democráticas. São forças autoritárias e territorialistas, eles querem invadir território. nesse sentido, colocam um oferecido a mais de preocupação”.

O efeito Trump

Diante dessa estudo, e da proximidade das eleições nos Estados Unidos, uma pergunta surge uma vez que inevitável.

O que implica o ‘fator Trump’ nesta equação mundial?

“Só vai piorar muito”, diz Sergio Vale.

Para o economista, Trump é um fator desestabilizador muito grande. “Um presidente (se vencer as eleições) amargurado, vingativo e com decisões econômicas que ele tem suscitado que vão ser piores do que ele tomou lá detrás”.

Sergio Vale se refere ao provável namoro de impostos que Trump pode fazer se eleito diante de uma economia norte-americana com um déficit muito grande e com endividamento ressaltado.

Júri considera Trump culpado em julgamento em Nova York, nesta quinta-feira (30)Júri considera Trump culpado em julgamento em Nova York, nesta quinta-feira (30)
O ex-presidente dos EUA Donald Trump. Foto: David Dee Franzino/Reuters

Mas a eleição de Trump vai principalmente piorar a questão geopolítica.

Para ele, Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Xi Jinping, presidente da China, podem estar aguardando a eleição do republicano para seguir em suas sanhas territorialistas. “O Trump vai facilitar a vida desses países autoritários mundo afora. O Trump vai ter infelizmente esse papel de piorar a qualidade política do mundo”.

E o Brasil nessa história toda?

Logo, a vitória de Trump não melhorará a relação entre Brasil e Estados Unidos. Mas para ele, a América Latina tem certa sorte por estar fora deste jogo geopolítico atual. “Do ponto de vista econômico, o relevante pra gente continua sendo a China. E numa disputa entre China e Estados Unidos a gente pode ter ganhos econômicos de maior exportação, principalmente de produtos agrícolas, para a China”.

Para ele, o Brasil seguirá uma vez que protagonista em commodities em um mundo que com Trump, de qualquer maneira, será mais custoso: em termos de protecionismo, de crédito, com piora do fiscal e com quadro de juros mais elevados pressionando o dispêndio de crédito pelo mundo.

“Pra gente fica mais custoso também. Logo, a gente acaba sendo muito impactado por conta disso. O ideal era que o Trump não ganhasse, mas temos que combinar com os russos, no caso, os russos cá são os americanos”, finaliza o economista.



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